Na tarde amena do domingo 28 de julho, o Futebol Clube do Porto (FCP) apresentou-se aos sócios no Estádio do Dragão, recebendo para tal o clube Al-Nassr, da Arábia Saudita, sem a presença da sua estrela maior, Cristiano Ronaldo. A equipa de azul e branco não teve quaisquer dificuldades em vencer, por uns expressivos 4-0.
O ambiente era agradável, esperançoso, e o estádio esteve praticamente cheio, com o registo de 47316 espectadores. Antes da partida amigável começar, houve uma novidade no modo de apresentação dos jogadores aos associados, através da chamada individual de cada um. Em vez de saírem pelo túnel com acesso ao relvado, como de costume, os jogadores desceram pelas escadas das bancadas, bem juntinho aos adeptos, para alegre entusiasmo dos mesmos. Uma aposta na proximidade, uma aposta ganha num clube dos sócios e para os sócios, neste objetivo conseguido na nova liderança de André Villas-Boas.
Os dois jogadores internacionais, da Seleção Portuguesa – Diogo Costa e Francisco Conceição – foram dos mais aclamados, que mais euforia causaram. E justamente. No entanto, não causa estranheza o facto de estarem na apresentação, mas não constarem depois na ficha de jogo, nem nos suplentes… Também David Carmo foi muito aplaudido, pelo seu regresso a casa, bem como Rodrigo Mora, a jovem promessa da formação da casa, com apenas 17 anos.
Destaque-se, com a devida vénia, o ato de gratidão e reconhecimento do presidente anfitrião, realizado mesmo antes do apito inicial, para com Luís Castro, Alex Telles e Octávio, que passaram e brilharam no FCP. Recordaram-se, pelos ecrãs gigantes do estádio, vídeos de alguns dos momentos gloriosos ao serviço de dragão ao peito. Depois, os homenageados receberam uma t-shirt personalizada, pelas mãos de Villas-Boas.
Olhando e escrevendo um pouco para o “jogo jogado”, de notar as cinco ótimas oportunidades para o FCP, entre os minutos 9-17, até ser marcado o golo de cabeça, à entrada da pequena área, por Nico González. A proeza festiva repetiu-se três minutos depois, através de um bom remate em arco de Ivan Jaime. Assim se fez o 2-0. E como “não há duas sem três”, e num erro defensivo do Al-Nassr, Nico González bisou. Nos minutos de desconto, no último lance da primeira parte, o árbitro veio ao VAR, na dúvida de falta, e marcou penálti a favor da equipa da casa, de modo a Gonçalo Borges converter e alargar o resultado para 4-0, que manteve-se até ao fim. Cláudio Ramos teve uma tarde serena na baliza, apenas com uma defesa – e excelente – na primeira parte e pouco mais na segunda. De apontar, ainda, que houve substituições/ mexidas nas duas equipas, bem mais no FCP, permitindo rodar praticamente todos os jogadores disponíveis e convocados para este último jogo de preparação.
Na segunda parte, os dragões apresentaram-se com um equipamento alternativo. Foi uma parte mais passiva por ambas as equipas, perante um resultado convincente que, de antemão, fez acreditar que já não haveria alterações de maior. Em ambas as partes, e por ser um jogo de apresentação, a partida foi interrompida a meio para breve descanso e refrescamento, face ao muito calor e temperaturas elevadas na cidade do Porto. A dez minutos do fim não faltou a típica e bonita “hola mexicana” nas bancadas, para selar o carácter festivo sentido e vivido.
O FCP fez uma boa exibição, na sequência do que tem feito nos últimos jogos, mas, por outro lado, o Al-Nassr mostrou-se fraco, lento e pouco combativo/ competitivo, apesar dos muitos milhões no orçamento do clube. Na conferência de Imprensa, apenas Luís Castro falou. Expressou ter sido um prazer regressar a Portugal e ao Porto e, sobretudo, pela forma como foi recebido neste clube onde passou 10 anos: “hoje senti na pele essa arte de bem receber. Obrigado pela simpática e singela homenagem”, disse satisfeito.
De seguida, admitiu que o FCP dominou o jogo: “tivemos poucas hipóteses de sair para o ataque, tivemos erros coletivos e individuais, que desequilibraram o jogo”. Entendeu que, na segunda parte, já conseguiram defender melhor. Para o treinador do Al-Nassr, nesta altura do ano o resultado não interessa, mas mencionou sair daqui desiludido com o mesmo. Referiu, ainda, que as entradas de Laporte (novo campeão europeu) e de Ronaldo são sem dúvida uma mais-valia, mas esclareceu: “eu é que tenho de resolver as coisas e não esses jogadores. Se há falhas a responsabilidade é minha e não dos jogadores”.
A tarde foi de festa e os jogadores entrosaram-se e entronizaram nesta celebração final de pré-época uma sequência imaculada de oito jogos, sem quaisquer derrotas. O que promete e faz sonhar para que comece a nova temporada, já no próximo domingo 4 de agosto – com a Supertaça frente ao Sporting -, tal como fechou a anterior: com mais um troféu conquistado. As provas estão dadas, agora que comece o campeonato nacional e sempre com respeito e fair-play!