Longe vão os tempos em que ir a uma sex shop era uma verdadeira aventura.
Não só pelo tabu que a sociedade sempre associou de forma conservadora à “loja do sexo”, mas também pelo próprio ato de comprar numa sex shop.
Entre o receio e a vergonha, tudo parecia desculpa para não visitar uma sex shop. O interesse, esse, nunca faltou.
Felizmente, esse tabu tem-se vindo a desvanecer, enquanto que as diversas identidades sexuais que refletem múltiplos gostos diferentes têm ganho imenso espaço – e mercado.
Para além disso, é cada vez mais fácil, simples e discreto comprar sex toys numa sex shop online.
Este é, por isso, um mercado não só em crescimento como cada vez mais maduro. Tem cada vez mais clientes atentos, exigentes e interessados. Os números confirmaram a toda esta força do mercado.
Mercado global de Sex Toys estimado crescer 8,04% até 2028
O mercado dos sex toys foi valorizado em cerca de 33,64 mil milhões de dólares, segundo um relatório da Grand View Research citado pelo jornal Público.
Esse relatório, adianta o jornal, perspetiva uma taxa de crescimento no setor de 8,04% de 2021 a 2028. Os números são irresistíveis e têm um crescimento sustentado ao longo dos últimos anos, recentemente apoiados na pandemia da Covid-19 e das restrições que todos vivemos, mas que não fecharam a vida sexual dos clientes.
Pelo contrário, em muitos casos, abriram as portas para a autodescoberta sexual através dos sex toys.
Outro relatório citado pela publicação, agora levado a cabo pela Technavio, reforça essa ideia, revelando que o “mercado global de brinquedos sexuais deve crescer 9,83 mil milhões de dólares americanos” entre 2020 e 2024.
Esta tendência, contudo, já vinha em crescimento desde o ano de 2019.
Prova da importância deste setor é a associação ao mercado dos sex toys de várias celebridades. A modelo, atriz e cantora Cara Delevingne passou recentemente a ser uma das proprietárias da Lora DiCarlo, onde também desempenha tarefas de conselheira criativa.
Dakota Johnson, estrela de “Fifty Shades of Grey” – filme que, por sua vez, abriu o mercado dos sex toys muita gente – investiu na Maude. A Maude é uma marca que se afirma como sendo de “bem-estar e saúde sexual”. Dakota é não só sócia como co-diretora criativa da marca.
Mas a maior prova disso são os dados das próprias sex shop e sex shop online.
Qual o perfil do comparador de uma Sex Shop?
Há quem fale em “números incríveis” durante o ano de 2020, havendo espaços que aumentaram as vendas em mais de 600% em relação ao ano a 2019. E quem é que compra nas sex shop?
Pedro Correia, diretor da Vibrolandia, sex shop em Lisboa e uma das mais conhecidas sex shop em Portugal, refere que os “homens dos 25 aos 45 anos” representam a maior fatia de clientes, embora existiam clientes dos 18 aos 70, declarou ao Correio da Manhã.
Contudo, deve-se salientar a “revolução” no setor e que tem trazido mais mulheres para este mercado.
Isso reflete-se no crescimento quer de empresas, quer de produtos para mulheres, contribuindo também para uma maior valorização de um mercado onde uma loja do sexo é cada vez mais muito mais do que apenas uma loja de sexo.
Também o público gay tem animado o mercado ao longo dos últimos anos.
A importância da inovação e tecnologia na indústria
A pandemia da Covid-19 veio também contribuir para a valorização do mercado através do reforço do papel da tecnologia no âmbito dos produtos vendidos em sex shops.
Tudo porque, como se diz, a “necessidade aguçou o engenho”, e o confinamento obrigou a alguma criatividade para que a saúde e o desejo sexual se mantivessem em forma.
A tecnologia foi a resposta e produtos como sex toys controlados à distância – em qualquer lugar do mundo e para qualquer lugar do mundo – foram bastante vendidos ao longo deste último ano.
Essa tendência, apesar de ser ter acentuado durante 2020, não é nova.
Basta ver que a Consumer Eletronics Show – a maior feira de tecnologia do mundo – já tinha atribuído à marca Satisfyer prémios na categoria de inovação. Já em 2019, a Lora DiCarlo tinha vencido o prémio com o Osé, apesar da polémica que esse caso envolveu.
A tendência é para que este mercado continue a crescer.
Não só alicerçado no público que sempre teve, maioritariamente masculino, mas também assente na conquista do público feminino, que tem potencial para ser um importante player deste mercado, até pela multiplicidade de conceitos e ideias que tem trazido para cima da mesa da indústria do bem-estar sexual.